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domingo, 31 de janeiro de 2010

Barack'o'rama

O mais recente discurso do Presidente dos E.U.A. a Capitol Hill que tinha como objectivo comunicar á Camara de Representantes o Estado da União (uma tradição antiga neste enorme e jovem país) atravessou as fronteiras não só da própria câmara como dos Estados Unidos. Eu assisti ao discurso em directo pela BBC (das 3 da manhã ás 4 e meia...sim estou com problemas em regular os meus sonos) e senti um orgulho em termos no mundo um homem que consegue inspirar confiança através das suas enormes capacidades de orador e o transmitir num discurso criativo e global, e senti pena de não termos em cada país do mundo, alguém com uma visão de como se deve gerir um país. Eu penso que Obama criou uma nova forma de encarar a política, as pessoas hoje em dia perderam um pouco a fé na democracia, no voto, na própria política e as discussões e soluções que deviam estar a acontecer , não acontecem, e são substituidas por outras sem sentido, desfazadas da realidade e principalmente perigosas para a sustentabilidade de um regime já de si, frágil. A necessidade de termos uma atitude de união, de administração, de cidadania não é anulada pela fraca intervenção do estado na economia. Mais do que nunca, precisamos menos de políticos e mais de estadistas. Se um dia pensámos que as forças de mercado poderiam corrigir desequilibrios sem que, para isso, seja necessário um controlo do Estado; aprendemos que isso já não é bem assim, e da pior maneira, pois a própria certeza do modelo económico é desvalorizada pela impervisibilidade da natureza humana.
Há dois dias atrás, encontrei-me com um antigo amigo meu que está a estudar Engenharia Aeronautica, e reconhecendo a sua lucidez e inteligência que já vinha do longíquo ensino secundário, não me surpreendi por termos tido uma conversa de 1 hora ao frio (poderia ter sido mais, não fosse a Ana ter-me alertado para o ambiente estando nós os 3 envolvidos em debate em plena rua) sobre economia e política. Fiquei a saber que ele tinha mais ou menos as mesmas preocupações que eu e chegou ás mesmas conclusões que cheguei em vários temas da actualidade que iam desde o Orçamento de Estado para 2010 á farsa da Gripe A; e uma das poucas soluções que chegou foi que é preciso uma espácie de ditadura, ou um regime mais restrito, mais duro, para que possamos corrigir e orientar-nos para um melhor caminho, tanto na economia como na recuperação de alguns valores que foram ocultados ou perdidos nestes ultimos anos, não só em Portugal como na Europa. Terei respondido que essa solução é drástica e que reflecti sobre ela logo que se me deparou o problema da falta de regulação dos mercados financeiros globais, mas que não pode ser uma solução. É esta a mentalidade de quem não sentiu ou não sabe o que ocorreu no passado, o pânico de uma política mal regulada, política de mercado não devidamente regulada ou atenta á economia, cria na maioria da população uma sensação de injustiça em relação aos poucos que ganham tanto com esta política. Esse pânico e injustiça leva a revolta, e as pessoas viram-se para o extremo oposto "precisamos de um líder".
Bottom line: Os estados precisam de uma maior firmeza na regulação do sistema financeiro e de repensar a forma como se faz política no mundo (que, sejamos francos, as fronteiras já são apenas linhas num mapa), num dos estados mais liberais do mundo, a mão do estado já se sente na percentagem mais rica e isso agrada ao povo, será que iremos ter líderes capazes de fazer o que é preciso? Será que iremos ter outra discussão sobre homossexuais e os seus direitos, enquanto a nossa economia se afunda?

Não sei se ficarei cá tempo suficiente para ver...
Mas até lá tenho esperança...

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